Há tempos não escrevo nada sobre cultura, especificamente, e hoje me deu vontade de falar sobre cabelos femininos.
Eu penso que sofremos de uma forte "síndrome do colonizado" no Brasil. É que aqui, mulher bonita é quase sempre identificada pela grande mídia e suas propagandas tendo como único parâmetro a modelo sul-riograndense. Sim, ela é bonita, mas será essa a única beleza que conseguimos apreciar?? Se for, que pena, porque conheço meninas e mulheres negras, de origem indiana, asiática e todas as misturebas maravilhosas trazidas pela miscigenação - que o spencerismo tanto combateu - que são de cair o queixo!
O uso indiscriminado de "chapinhas" também por isso me incomoda bastante, pois as meninas, normalmente com ascendência afro, são estimuladas a pensar que há algo de errado em ter o cabelo crespo ou enroladinho, em suma, não-liso. É verdade que em algumas poucas pessoas o resultado fica bem satisfatório, mas por pouco tempo, já que a maioria exagera tanto que o cabelo fica muito seco e quebradiço pela desidratação contínua, vindo a precisar de subterfúgios químicos, que nunca são bons o bastante para restaurar de maneira permanente a naturalidade dos fios. Às vezes, o dano é tão grande que se torna permanente e não deixa muita esperança para mudanças radicais, infelizmente.
Há penteados lindíssimos que vejo em algumas mulheres na rua que aproveitam ao máximo os fios crespos, trançados e amarrados como o de algumas divas pop americanas. Além de dar personalidade à pessoa que o adota, não dá a má-impressão de fazer-se querer passar por quem não é de fato.
É uma pena que o racismo e o preconceito seja mais difícil de quebrar do que a um àtomo, como disse Einstein.
Assuma seu cabelo e experimente mudar! Aqui tem um blog com dicas valiosas de como cuidar de seu cabelo crespo.