quarta-feira, 11 de junho de 2008

Vote!! E ajude as pessoas desse nosso país a respeitar as leis, começando de cima!


"A Campanha "CQC no Congresso" é um sintoma grave do estado das coisas no país. Um programa de TV, amplamente reconhecido não apenas pela capacidade de fazer rir mas também de fazer pensar, encontra-se nesse momento impedido de entrar no Congresso Brasileiro, que se autoproclama "A Casa do Povo".

Para discutir esse veto, lançamos na última segunda a campanha "CQC no Congresso". Em apenas doze horas, 50 mil adesões. Questionada pela imprensa, ontem a assessoria do Congresso confirmou o veto ao nosso microfone. Em declaração à Folha On-Line alega que o CQC não cumpriu "compromisso firmado com a Casa quando realizaram gravações com os parlamentares, há duas semanas, nas dependências internas do Legislativo. A Câmara afirma que, na ocasião, os integrantes do "CQC" foram alertados sobre a impossibilidade de realizarem perguntas aos deputados e senadores que depreciassem a imagem da instituição --mas insistiram em perguntas constrangedoras."

O que seria uma pergunta constrangedora? Entre outras coisas perguntamos: qual a utilidade de uma reforma tributária se os políticos fazem caixa 2? Realmente é uma pergunta constrangedora para os políticos que fazem caixa 2. Mas, peraí, não é uma pergunta necessária e apropriada?

Ao longo dos meus 25 anos de vida profissional, estive dezenas de vezes como jornalista fazendo perguntas naquele Congresso. Inclusive durante a ditadura. Nunca fui censurado ou impedido de fazê-las como acontece agora em pleno regime democrático. Repito: é um sintoma muito grave do estado de direito de expressão quando temos na presidência da Câmara a figura de Arlindo Chinaglia (PT-SP), alguém que justamente lutou para reestabelecer o estado de direito no Brasil.

E mais: a assessoria do Congresso- uma entidade que não tem nomes ou autoridades que assumam esse gesto arbitrário de censura- também argumentou ao microfone da Folha On-Line que "os integrantes do CQC não podem circular como jornalistas dentro do Congresso para abordar os deputados e senadores por que o programa é humorístico".

Opa, eis que surge algum sentido. Um Congresso que tem Inocêncio de Oliveira de corregedor-geral, o suposto guardião da ética política, realmente não quer concorrência de "humoristas". É um argumento que nos faria morrer de rir não fosse a indignação pelo atropelamento do direito de expressão no momento em que está em vigor o pleno regime democrático. Conquistado à duras penas, diga-se, por vários dos congressistas que lá estão.

Faço um apelo aqui a esses congressistas conscientes, à toda blogosfera brasileira e internacional- que sempre luta pela livre expressão- e principalmente a você internauta que acompanha nosso programa. Clique em "CQC no Congresso" e espalhe a notícia. É importante que seja reestabelecido o quanto antes o direito legítimo do CQC fazer as pergutas que todos vocês gostariam que fossem feitas aos deputados e senadores. Afinal eles são os representantes dos nossos interesses e não do interesse deles próprios. O Congresso não tem o direito de fechar a casa do povo a humoristas, jornalistas, dentistas, flamenguistas, muito menos aos telespectadores do CQC, que já não são poucos.

Obrigado!"

Marcelo Tas, em seu blog.

A pergunta que se coloca é: precisa mais do que o próprio Congresso para 'queimar' mais a própria imagem??

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