sábado, 20 de setembro de 2008

Direito de REPARAÇÃO


Perícia da PF comprovou que as maletas da Abin não podem interceptar ligações, ao contrário do que sustentava Nelson Jobim. O que Lula deveria fazer com o ministro da Defesa?
  • Demitir Jobim por o ter induzido a cometer uma injustiça
  • Afastar temporiariamente o ministro, em nome da transparência
  • Exigir que Jobim admita o erro publicamente e peça desculpa ao delegado Lacerda
  • Enviar o ministro para um treinamento militar na selva amazônica, sem prazo de retorno
FONTE: CartaCapital

Parte da matéria, escrita por Leandro Fortes da CartaCapital segue abaixo:

"O que aconteceria em um país de democracia consolidada se um ministro acusasse sem provas um colega de governo de poder grampear autoridades e esconder o fato do presidente da República? No Brasil, não acontece nada. Faz duas semanas que o titular da Defesa, Nelson Jobim, obteve o afastamento do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, ao argumentar, durante uma reunião no Palácio do Planalto, que a autarquia tinha adquirido equipamentos capazes de interceptar telefonemas. Jobim não exibiu nenhuma prova, mas conseguiu convencer Lula a afastar preventivamente Lacerda do posto menos de 48 horas após a revista Veja divulgar a transcrição de uma conversa supostamente grampeada entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Lula tomou a atitude mesmo ante o argumento do superior de Lacerda, o general Jorge Felix, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), ter afirmado que as maletas não eram capazes de fazer interceptações, só rastreamentos de grampos. O ministro da Defesa continua firme no cargo, apesar de suas aleivosias serem paulatinamente expostas. Desmentido clamorosamente pelos fatos, Jobim, em encontro recente, teria dito ao presidente que foi induzido por um subordinado a sustentar a versão de que as maletas compradas pela inteligência e também pelo Exército, na verdade capazes apenas de fazer rastreamento, poderiam grampear telefones. É uma história inacreditável, mostra da forma leviana com a qual o titular da Defesa tratou do assunto. Na primeira reunião que selou o afastamento de Lacerda, Jobim sustentou a tese da maleta do grampo, segundo ele, com base em informações de “técnicos” do Exército, os quais não quis – ou não pôde – nomear. Tais técnicos jamais existiram. Pego na mentira mais tarde, ante a exposição dos argumentos do general Felix e de Lacerda, Jobim foi obrigado a admitir ao presidente Lula ter sido colocado “numa fria” por um “aspone” (no jargão pejorativo do serviço público, um assessor inútil) do Ministério da Defesa. O tal “aspone”, simplesmente, retirou da internet a lista de cinco páginas com detalhes de três equipamentos supostamente comprados pela Abin, imprimiu e entregou ao ministro. Com esse papelucho nas mãos, o ministro partiu para cima do diretor da agência. Lula, segundo fonte do Planalto, estaria visivelmente irritado com Jobim. Certo é que o presidente fez questão, em entrevista à TV Brasil, de elogiar Lacerda, que dirigiu a Polícia Federal até o ano passado, e acenar com sua reabilitação. Disse que o diretor-geral da Abin poderia retornar ao cargo “quando quisesse”. “Lacerda é uma pessoa que eu respeito como poucos neste País”, acrescentou. "


E agora José? Será que Lula terá peito para fazer o que há muito deveria ter feito?? Saberemos a qualidade do presidente que temos e dos órgãos de justiça após ser noticiada a punição, ou não, a ser dada ao fanfarrão que ora é Ministro da Defesa. Ah, e Gilmar Mendes, não receberá nada? Vá pensando aí na próxima enquete, porque na minha opinião ele merece, NO MÍNIMO, perder o cargo de presidente do Supremo, quem sabe para o Barbosa, a quem ele tanto despreza! Espero que ele morda a própria língua! Ou como diz um amigo meu, a língua é o chicote do corpo!!

Um comentário:

mauro F disse...

Não mandaria Jobim para um treinamento na selva pois ele se enquadra numa posição bizarra: é um manda-chuva das três armas que mal sabe seu lugar - talvez os anos Jobim se tornem um bom objeto de pesquisa sobre o Ministério da Defesa (assim como sua criação, nos anos FHC o são) - e ele acabaria por vestir a farda de vez, deixando óbvio o que Mino Carta considera preclaro. Não concordo com a ocupação do Haiti, com a farda do Jobim e com o posicionamento acerca dos anos autoritários controlados pela Caserna. A reforma que se pretendia efetuar, que também tangia esse assunto espinhoso, poderia ser um bom recomeço para esse cargo de Ministro; das Forças Armadas fica apenas o preceito republicano de somente obedecer. Ponto.