sexta-feira, 18 de abril de 2008

Porque viver é sonhar!

"Porque se chamavam homens
Também se chamavam sonhos
E os sonhos não envelhecem..."

Borges, o nosso

PS: Os budistas que me perdoem, mas quem deixou de sonhar há muito morreu, mesmo que não tenha sido feita uma cerimônia fúnebre que ritualizasse o fato.

domingo, 6 de abril de 2008

Manchetes de Todo Dia, ou Uma Saída à Mineira

Quinta à noite. Depois de uma cansativa aula de francês, um bate-papo se seguia na cantina da Faculdade de Educação (FaE) entre eu e meus dois amigos. Sem mais nem menos, aparece um helicóptero com holofotes alucinadamente brilhantes, como à procura de algum criminoso, fugitivo, pensei. O vigilante-porteiro ao ser indagado por mim disse que era um aparato para conter uma manifestação do IGC a favor da maconha. Uau, teria tal manifestação tomado tamanhas proporções?

"Agora a noite no campus da UFMG no Instituto de Geociências (IGC) alunos e professores foram espancados pela policia. Tudo começou porque alunos do IGC resolveram passar um filme-documentá rio sobre a liberalização da maconha (filme da revista Superinteressante, vendido em bancas de jornais) e a direção do IGC proibiu a exibição do filme. Os alunos resolveram passar o filme assim mesmo já que nada justificava a proibição de um filme vendido em bancas de jornal parece que a direção do IGC solicitou a reitoria que tomasse providencias e a reitoria chamou a polícia.
A policia cercou o IGC e depois de muita confusão com carros, camburões, policiais revistando carros na rua lateral ao IGC, helicópteros de policia com holofotes sobre o prédio e coisas assim, houve enfrentamento da policia com os estudantes e agora temos estudantes na policia federal e outros fazendo exames de corpo delito. Um professor do IGC tentou mediar a situação e tambem foi espancado pela policia.
Nunca fatos como estes foram presenciados em uma universidade como a nossa.
Nunca, nem na ditadura militar, filmes foram proibidos e a policia foi acionada desta maneira para bater em estudantes e professores
Nós, que estávamos no campus quando isso aconteceu resolvemos acionar a comunidade academica da UFMG para que talvez alguem possa nos ajudar a entender quando foi que a universidade perdeu totalmente o senso de medida e o sentido do que é um espaço publico de educação."

Noutro jornaleco mineiro, o A Tarde, um dos poucos meios de comunicação que deu alguma atenção ao caso ocorrido dentro da minha universidade, a UFMG, saiu a seguinte reportagem:

"Um estudante foi preso e outros dois ficaram feridos na noite de ontem durante um debate sobre legalização da maconha no Instituto de Geociências (IGC), no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Conforme relatos, um tumulto se formou quando seguranças da universidade intervieram para impedir a exibição do documentário "Grass Maconha". A reitoria alegou que a exibição não havia sido autorizada pela diretoria do IGC.

Cerca de 50 alunos do curso participavam do "filme-debate". Os estudantes não teriam permitido a retirada do filme e teve início a confusão. A Polícia Militar foi chamada e os policiais impediram que os universitários deixassem a arena do IGC. Um aluno do 1º período - cujo nome não foi divulgado - tentou deixar o local e foi algemado, sendo preso sob a alegação de desacato à autoridade.

Estudantes tentaram impedir que os policiais deixassem o local com o detido. Alguns sentaram na frente da viatura e foi iniciado o confronto. Um aluno e uma universitária sofreram ferimentos leves e foram atendidos no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. O estudante preso foi levado para o Juizado Especial Criminal e Cível de Trânsito. Ele foi liberado no final da noite.

Num comunicado, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) afirmou que "uma sessão de cinema foi impedida a cacetadas pela" PM, que foi "convocada e autorizada a agir pela Reitoria". O DCE solicitou retratação pública por parte da Reitoria e a abertura de um inquérito administrativo para punição dos responsáveis pela entrada da PM no campus.

Repúdio

Em nota assinada pela a vice-reitora e reitora em exercício da UFMG, Heloísa Starling, a Reitoria da universidade lamentou os fatos, "inteiramente estranhos à civilidade que caracteriza o ambiente acadêmico". A nota afirma que a instituição "repudia qualquer ação de violência praticada; informa que não autorizou nem a presença nem a ação da Polícia Militar e esclarece que serão tomadas providências para apuração dos fatos e das responsabilidades".

No comunicado, a reitora em exercício afirma que o reforço da segurança foi solicitado para garantir o cumprimento da deliberação da diretoria do IGC. Afirmou que depois ficou sabendo que a decisão não havia sido respeitada e ocorria um tumulto na unidade acadêmica, com a intervenção da PM. Disse ainda que entrou em contato com o Comando da PM para esclarecer o ocorrido e solicitou que o procurador-geral da universidade acompanhasse o registro policial do estudante detido. Um assessor da Reitoria acompanhou o atendimento dos estudantes feridos."

O mesmo assunto, de tamanha gravidade, recebeu - na sexta-feira, dia 04 - por parte do jornal Estado de Minas uma notinha de rodapé:

"Estudantes agredidos durante debate na UFMG

Pelo menos uma estudante universitária ficou ferida e outro foi detido, na quinta-feira à noite, durante um debate no Instituto de Geociências, no câmpus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O evento, organizado por alunos da escola, discutia a legalização da maconha, com base na exibição de um filme sobre o assunto.

Pelas informações iniciais, policiais militares entraram no câmpus, cercaram o prédio, no qual estariam cerca de 200 alunos, alguns em aula, gerando clima de tensão. A estudante que teria sido atingida sofreu ferimento na cabeça e foi socorrida no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII."

Há o vídeo [acima, no YouTube], mostrando o momento da prisão do estudante. Além do autoritarismo, reinante em nossas instituições de - pasmem! - educação, há ainda uma polícia que pensa estar no Mineirão [estádio de futebol], onde eles cometem barbaridades e nada lhes é imputado como responsabilidade, pois gozam de repaldo legal para agredir moralmente e fisicamente os torcedores, meramente por estar diante de uma multidão, vigendo a lógica do "se alguém morrer, ninguém sabe quem foi!" Os comentários que se seguem ao vídeo, logo abaixo dele, não são melhores. Mostram como alguns estudantes e a comunidade belohorizontina em geral desvalorizam os direitos garantidos pela Constituição da República e pelo Estado Democrático de Direito tão duramente conquistados após mais de 20 anos de chumbo grosso. Em troca de uma estigmatização política barata contra outras unidades acadêmicas [no caso o IGC, sabidamente um reduto ainda atuante da esquerda estudantil, comumente taxados de "maconheiros"]. Nada novo, porém, no horizonte. As mesmíssimas querelas se evidenciaram no conflito que ocupou a reitoria da USP ano passado: as de uma universidade dividida em classes e interesses próprios e onde os mais fortes ganham, sempre.

Novamente nos vemos reféns de uma polícia militar que defende os interesses autoritários de uma parcela da sociedade igualmente autoritária.

sábado, 5 de abril de 2008

Manchetes de cada dia


Nunca entendi bem o que certas manchetes querem dizer quando colocam a foto de uma mulher semi-nua na capa e uma chamada que nada tem que ver com a mesma.

Ou melhor, sei bem: é pra usar a imagem da mulher pra vender mais! Afinal, a fórmula que mescla a dobradinha "violência e sexo" ainda não foi superada nas vendas, não é mesmo?

terça-feira, 1 de abril de 2008

Um coice nos preços!


"Fim do horário de verão beneficiaria a produção leiteira." Certamente nossos quadrúpedes não passaram por uma fase de adaptação adequada, por conta da impaciência desses capitalistas!

A inusitada notícia dói como um coice para os produtores desse produto, indispensável para crianças e bezerros!