sábado, 11 de abril de 2009

Mino não deixa a infâmia passar!

Mino Carta volta com artigo sobre a "ditabranda" da Folha

Após um mês de silêncio, a “ditabranda” da Folha de S. Paulo levou Mino Carta a reativar sua Olivetti e voltar a escrever. Em artigo publicado nesta quinta-feira (05/03) no site da Carta, sob o título “Da ditadura à democracia sem povo”, o jornalista fala sobre o neologismo do diário paulista e amplia a crítica para os “jornalões” que, em seus editoriais, “invocaram a intervenção militar contra a subversão em marcha”.

“Agora a Folha de S.Paulo ofende consciências ao criar um novo vocábulo: ditabranda. Poderia dizer ditamole, soaria melhor aos meus ouvidos. Não sei quais foram os argumentos do editorial, que não li a bem do meu fígado. (...) O que a mim surpreende e acabrunha não é um editorial da Folha. Aos meus ouvidos soa normal, corriqueiro, natural. Não difere, na essência, de outros editoriais dos jornalões. Quem sabe, seja mais sincero, ou menos hipócrita”, diz em seu artigo.

Não faltaram críticas aos outros veículos, até mesmo ao Estadão, que é reconhecido pela sua luta contra a ditadura: “Dos jornalões, a partir de então, só o Estadão foi censurado, com regalias, no entanto, que outros não tiveram. Podia preencher os espaços cortados pelas tesouras censoriais com versos de Camões e receitas de bolo”.

Na opinião de Mino, o jornalismo brasileiro serve à manutenção do status quo de uma “minoria exígua de privilegiados”.

“O jornalismo brasileiro, desde os começos, serve a este poder nascido na casa-grande, por ter a mesma, exata origem. A mídia nativa é rosto explícito do poder. As conveniências deste e daquela entrelaçam-se indissoluvelmente porque coincidem à perfeição”.

Para concluir, Mino fala sobre a relação da mídia, que “não alcança a ampla maioria dos brasileiros, a não ser por meio de novelas e domingões”, mas vende “à minoria as conveniências do poder, lá pelas tantas personificado pela ditadura e hoje por uma democracia oligárquica”.

“Ao cabo, pergunto aos meus perplexos botões: qual é a diferença entre ditabranda e democracia sem povo?”, questiona.


Matéria retirada do blog Comunique-se.

quarta-feira, 11 de março de 2009

''Brasil é vítima inocente da crise'', diz Stiglitz

Saiu no Estadão hoje uma matéria falando sobre a crise e o Brasil numa entrevista concedida pelo Nobel de Economia Joseph Stiglitz:

Quarta-Feira, 11 de Março de 2009 | Versão Impressa


''Brasil é vítima inocente da crise''

Joseph Stiglitz: Nobel de economia; para economista, a situação brasileira pode piorar ainda mais, com os efeitos da recessão ?exportada pelos EUA?

Jamil Chade, GENEBRA

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O Brasil já é uma das "vítimas inocentes" da crise mundial e pode sofrer ainda mais, disse o prêmio Nobel de economia, Joseph Stiglitz, sem esconder a surpresa com a queda do PIB brasileiro. "O caso do Brasil mostra que os Estados Unidos conseguiram exportar sua recessão." Em entrevista ao Estado, o economista que lidera uma comissão da ONU para avaliar a situação internacional ainda ataca o pacote de Barack Obama. "Não é grande suficiente." Ontem, ele lançou o filme O mundo segundo Stiglitz, em que ele explica as injustiças da globalização.

O Brasil registrou uma queda do PIB no quarto trimestre. Como sr. avalia o impacto da crise nos países emergentes? 

Os números são surpreendentes. Eu fui ao Brasil há poucos meses e me diziam que a crise não o afetaria. Parece que esse não é mais o caso. Muitos países emergentes estão se tornando as vítimas inocentes dessa crise. A ironia é que, enquanto o governo americano estava dando lições sobre regulações e instituições nos países emergentes, suas políticas eram um fracasso total. O problema é que, por causa disso, hoje a crise é severa em todo o mundo e países como o Brasil vão mesmo sofrer. 

Por que a tese da descolagem entre emergentes e ricos não prevaleceu? 

Isso era um mito. Agora, mesmo os países que fizeram a lição de casa, tiveram boas políticas e boa situação macroeconômica, vão ser afetados. Esse é o caso do Brasil. Há apenas uma consolação em relação ao Brasil: sem o que o País fez nos últimos anos, a crise seria muito pior. O problema é que, agora, a situação pode piorar ainda mais.

O pacote de Obama é suficiente para tirar o mundo da crise?

Não. Mas precisamos pôr as coisas em perspectiva. Bush estava paralisado e as coisas pioraram a cada dia sem ele fazer nada. Hoje, temos um pacote bem melhor do que a resposta em 2008. Mas não é suficiente e a crise vai ficar pior. 

Qual deve ser a solução para países emergentes que podem ficar sem recursos para relançar suas economias?

Hoje, a preocupação é de que muitos emergentes vão precisar de ajuda para superar a crise. O dinheiro, se vier do FMI, terá de vir sem condicionalidades, como existiam no passado. Nos anos 90, as exigências do FMI incluíam ordens para elevar juros e cortar gastos. Isso levou à recessão. O pior é que tudo o que o FMI disse naquela época está sendo recusado pela Europa e pelos EUA hoje. Essa é a hipocrisia. 

Uma das preocupações dos países emergentes ainda é o ressurgimento do protecionismo. Como o sr. vai lidar com isso. Está na hora de concluir a Rodada Doha?

Há um acordo global de não recorrer ao protecionismo. Mas muitos pacotes têm medidas protecionistas em sua base e quem mais sofrerá serão os países em desenvolvimento. Esse é o caso do "buy American". Mas a realidade é que a Organização Mundial do Comércio é uma decepção. Hoje, vemos que mesmo a conclusão da Rodada não traria ganhos substanciais para os países emergentes. 

Então, o que o sr. sugere no setor comercial? 

O que deve ocorrer agora, diante da crise, é que os países ricos devem abrir unilateralmente seus mercados para os mais pobres do mundo. Os países mais miseráveis serão tocados pela crise, mas não têm dinheiro para relançar a atividade econômica. 

Alguns falam em risco de uma desglobalização diante da queda do comércio e investimentos. Isso de fato pode ocorrer?

O processo é muito mais complexo. No filme que fizemos, decidimos ir à China, Botsuana, Equador e outros países. Queríamos mostrar benefícios que de fato a globalização trouxe. Mas mostrar que perdedores também existem. O que não se pode esquecer é que esses perdedores também existem nos Estados Unidos. Siderúrgicas quebraram e os empregos foram mantidos nos Estados Unidos graças a investimentos indianos. A globalização é muito mais complexa do que o fluxo de comércio. Agora, temos prefeitos americanos tentando convencer chineses a abrir fábricas nos Estados Unidos. Enquanto os Estados Unidos gastaram US$ 3 trilhões para ir à guerra no Iraque, em alguns lugares não se tem dinheiro para escola e saúde. A globalização moderna está criando coisas que nunca pensávamos que veríamos. 

O sr. acreditava que a crise seria desse tamanho?

Eu previa que teríamos uma queda. Mas não sabia quando nem que seria desse tamanho. Há gente que pensa que, nos anos 30, as pessoas eram primitivas e que agora o mundo não deixará que a depressão ocorra. Muitas vezes escuto: não há perigo de depressão. Mas já tínhamos o conhecimento sobre a crise há dez anos e o FMI fez 40% da população da Indonésia perder o emprego. Conhecimento não é suficiente. Tem de usar politicamente agora.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Tá procurando sarna pra se coçar!


A menina tem 9 anos de idade. O padrastro de 23, a estuprava continuamente, até que engravidou. De gêmeos! Seria razoável supor que qualquer pessoa com um pouco de bom senso pensasse que além de parte da infância perdida, esta pequena vítima de tamanha atrocidade fosse amparada por toda a sociedade laica e especialmente pelas religiões e igrejas, que têm em seu discurso o amor ao próximo como uma importante regra e prática de fé. Entretanto, nada disso parece sensibilizar a Igreja Romana que "excomungou nesta quarta-feira (4) a mãe, os médicos e outros envolvidos"; presa a seus dogmas, de maneira dogmática, inflige ainda mais dor à vítima e seus parentes: a da incompreensão num momento tão delicado!

Analisar uma instituição milenar, como é o caso da Igreja Católica, é sempre desafiador, porque não se pode valer o aventureiro de regras de conduta muito gerais e fixas, já que o tempo muda boa parte delas. Mas me arrisco aqui a tecer algumas considerações: no Brasil, um de seus últimos redutos, esta Igreja vem experienciando uma perda progressiva da parte mais jovem de seu rebanho para outras religiões, principalmente para as de origem protestante. Isso tem se dado devido a diversos fatores que não pretendo discutir nesta oportunidade. Mas é sintomático que atitudes como essa gerem grande repulsa, especialmente num caso em que a vítima, caso levasse adiante a gravidez poderia perder a capacidade de engravidar mais tarde, e mais, poderia mesmo perder a própria vida.

Quero, além da repulsa à atitude do eclesiástico em questão, deixar claro que (vide declaração abaixo) não penso serem todos os católicos que concordam com a atitude do arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho. Embora uma liderança desse tipo macule muito a imagem da Igreja, reforçando sua fama quanto à intolerância.

Ah, que saudade de Dom Evaristo Arns!!

No portal do G1, aqui, consta a seguinte consideração sobre o caso:

"O teólogo e ex-professor da PUC de São Paulo João Batistiole comentou a excomunhão dos envolvidos no aborto legal. “Acho que é uma posição dura, difícil de entender, uma posição institucional. Acho que a igreja perde um pouco da credibilidade perante seus fieis”, avalia."

Tá procurando Sarna pra se coçar?


Eis mais uma maravilha da web, conectando pessoas! Nosso Presidente do Senado, na verdade um fake do mesmo, está assanhadinho, assanhadinho:

Figura como mais novo membro ilustre do Twitter aqui.

P.S.: Contudo, não dá pra não rir.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Folha segue linha editorial de Veja


"DITABRANDA" NA FOLHA
Direita, volver!

Por Luiz Antonio Magalhães em 23/2/2009


Há males que vêm para o bem, lembra o dito popular. No último dia 17 de fevereiro, em Editorial contra o presidente venezuelano Hugo Chávez, a Folha de S. Paulo qualificou, assim como quem não quer nada, en passant, de "ditabranda" o regime militar que vigorou no Brasil entre 1964 a 1985.

Para que não reste nenhuma dúvida sobre o que foi escrito na Folha, vai a seguir a transcrição do trecho que vem provocando tanta polêmica:

"Mas, se as chamadas ‘ditabrandas’ -caso do Brasil entre 1964 e 1985- partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça-, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por Alberto Fujimori no Peru, faz o caminho inverso."

Para começo de conversa, causa espécie que o jornal escreva "as chamadas ‘ditabrandas’" quando não há notícia de que alguém tivesse, antes da Folha, a idéia de jerico de qualificar o regime militar de tal forma. Este observador fez uma busca no Google e constatou que a pesquisa retorna apenas as referências à polêmica iniciada pela Folha. Ninguém antes qualificou a ditadura brasileira de "ditabranda".

Aliás, a busca no Google já vem carregada de ironia, pois antes da primeira indicação de link, o buscador pergunta: "você quis dizer dieta branda?" Como bem sabem os iniciados, toda vez que alguém erra a digitação da palavra, o Google cuida de corrigir ou sugerir o nome correto. Ditabranda, portanto, é coisa lá da rua Barão de Limeira mesmo. Dieta branda teria sido realmente mais feliz.

Mas até aqui, é justo dizer, a direção da Folha e seus editorialistas têm todo o direito de achar que os militares pegaram leve. É uma questão de gosto e escolha, provavelmente o assinante do Estadão jamais leria tamanho despautério, ainda que o jornal se posicione de maneira muito mais conservadora do que a Folha em várias questões. A razão para isto é simples: O Estado de S. Paulo sofreu bem mais com a censura e sabe o quão duro foi o dito governo. De toda maneira, o diário da família Frias não precisa se envergonhar em qualificar de ditabranda o regime em questão, da mesma maneira que a turma da Abril não só pensa que pegaram leve como anda saudosa de um novo período semelhante, especialmente para tirar essa gente barbuda e mal educada que insiste em permanecer altamente popular em meio à maior crise do capitalismo.

Nota da Redação: jornal muda de rumo

Não foi no editorial, portanto, que a Folha perdeu a mão. Nos dias que se seguiram à publicação daquela jóia do pensamento que emerge no nono andar do belo prédio do jornal, os leitores naturalmente reclamaram, enviando cartas indignadas à redação. O Painel do Leitor publicou algumas nos dias 18 e 19, mas foi no dia 20 de fevereiro que o jornal mostrou a sua verdadeira cara. Depois de uma sequência de cartas de leitores, apareceram duas de "figurões", seguidas por uma inacreditável resposta da Redação, como segue abaixo.

"Mas o que é isso? Que infâmia é essa de chamar os anos terríveis da repressão de "ditabranda’? Quando se trata de violação de direitos humanos, a medida é uma só: a dignidade de cada um e de todos, sem comparar "importâncias" e estatísticas. Pelo mesmo critério do editorial da Folha, poderíamos dizer que a escravidão no Brasil foi "doce" se comparada com a de outros países, porque aqui a casa-grande estabelecia laços íntimos com a senzala -que horror!" MARIA VICTORIA DE MESQUITA BENEVIDES , professora da Faculdade de Educação da USP (São Paulo, SP)

"O leitor Sérgio Pinheiro Lopes tem carradas de razão. O autor do vergonhoso editorial de 17 de fevereiro, bem como o diretor que o aprovou, deveriam ser condenados a ficar de joelhos em praça pública e pedir perdão ao povo brasileiro, cuja dignidade foi descaradamente enxovalhada. Podemos brincar com tudo, menos com o respeito devido à pessoa humana." FÁBIO KONDER COMPARATO , professor universitário aposentado e advogado (São Paulo, SP)

Nota da Redação - A Folha respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifestações acima. Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua "indignação" é obviamente cínica e mentirosa.

É preciso ler com calma a tal Nota da Redação. Que a Folha respeite a opinião dos leitores é o mínimo que se pode esperar. Imagine o grau de arrogância, que já não é baixo, se não respeitasse... Mas o que realmente choca neste caso é a Redação classificar de "obviamente cínica e mentirosa" a indignação de Fábio Konder Comparato e Maria Victoria Benevides, como se para que os dois se indignassem com a barbeiragem do jornal fosse necessária a indignação prévia com Fidel Castro.

Este observador aprendeu com seu avô, pioneiro do ensino de Filosofia na Universidade de São Paulo, que o fiofó nada tem a ver com as calças. Ou, como diria outro filósofo, este da esfera futebolística, "uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa". Comparato e Benevides não têm "autorização" da Folha para se indignarem, precisam antes bradar que não gostam de Fidel e seus amigos e, principalmente, que Cuba é uma DI-TA-DU-RA. Ou será que se os eméritos professores também qualificarem o regime cubano de "ditabranda" a Folha já deixaria de considerar "cínica e mentirosa" a indignação dos dois?

O pior de tudo realmente não foi o editorial, bem lamentável, mas a Nota da Redação de 20/2. Pior, sim, porque todo foca que passou uma semana em qualquer redação do país sabe que uma nota dessas não é publicada sem a anuência da direção do jornal. Por mais que o editor do Painel do Leitor vista a camisa do jornal, ele não tem autonomia para chamar Fábio Konder Comparato de cínico e Maria Victoria Benevides de mentirosa. A nota veio de cima, o que só reforça a ideia de que também o editorial foi cuidadosamente pensado para que o jornal emitisse o juízo de valor que tem, hoje, sobre a ditadura brasileira.

Não será surpresa se a Folha roubar Reinaldo Azevedo ou Diogo Mainardi da Veja. A esta altura, é bem provável, inclusive, que ambos já tenham sido sondados. E, ironia das ironias, não demora muito para o leitorado paulista de esquerda migrar para o Estadão. Há mesmo males que vem para o bem: nível de azia na leitura será bem menor...

*** 

PS em 22/02: O ombudsman da Folha, em sua coluna semana publicada no domingo (22/02), parece concordar com este observador. Evidentemente, Carlos Eduardo Lins e Silva foi mais ameno na forma, mas não deixou de assinalar o despropósito da Nota da Redação do jornal, conforme se pode ver abaixo:

Duas opiniões que mobilizam muitos leitores

Já me referi aqui ao escopo do trabalho do ombudsman, que não abarca as opiniões publicadas pelo jornal, em editoriais, colunas ou artigos.

O ombudsman se atém aos aspectos técnicos, factuais, comprováveis, verificáveis. Opinião é como religião, time de futebol, convicção ideológica: cada um tem a sua e nenhuma é melhor que outra.

Mas, talvez porque, como ensinava Spencer, a opinião é determinada em última análise pelos sentimentos, não pelo intelecto, ela mobiliza manifestação de muitos leitores.

Esta semana, duas motivaram pelo menos 115 mensagens. Sem entrar no seu mérito opinativo, vou tratar de ambas.

Um post de blog do Folha Online trazia no título as palavras vadias e vagabundas acima de foto em que apareciam Marta Suplicy e Dilma Rousseff. Pareceu-me uma insinuação de mau gosto e insultuosa.

Um editorial com referência ao regime militar brasileiro provocou cartas publicadas no "Painel do Leitor". Resposta da Redação a duas delas na sexta foge do padrão de cordialidade que julgo essencial o jornal manter com seus leitores.

***

PS em 26/02: O diário da Barão de Limeira publicou nesta quinta-feira (26/2), no Painel do Leitor, as duas cartas reproduzidas abaixo. Sem resposta malcriada, desta vez. Será que a direção do jornal percebeu que essa história de "ditabranda" não caiu bem e resolveu recuar? É cedo para saber, mas é o que indica a ausência de resposta aos professores. Menos mal, só que ainda falta um bom "mea culpa" sobre o trocadilho infame.

Ditadura

Em resposta aos insultos a mim dirigidos na Nota da Redação de 20 de fevereiro próximo passado (`cínico e mentiroso´), reitero meu protesto contra o editorial, que considerou brando o regime militar brasileiro, cujos agentes mataram mais de 400 pessoas e torturaram milhares de presos políticos. FÁBIO KONDER COMPARATO , professor titular da Faculdade de Direito da USP (São Paulo, SP)

As injúrias da Redação da Folha não me intimidam. Continuarei denunciando os crimes da ditadura, seus responsáveis civis e militares, bem como seus aliados -ontem e hoje. MARIA VICTORIA DE MESQUITA BENEVIDES , professora titular da Faculdade de Educação da USP (São Paulo, SP)