sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Sobre o blog, fim de ano e outros

Mais um ano finda-se. Deixo meu agradecimento pelo clique dos cosmonautas que por aqui passaram.  

[A tal crise não deveria nos assustar tanto, afinal, desde que nasci o Brasil está atolado em alguma... E sobreviveu. A trancos e barrancos, sim, mas sobreviveu até o momento]

Enfim, um ótimo fim de 2008 ou início de 2009, porque com essa crise você terá de escolher um... Ainda bem que a escolha não é difícil, embora, como bem sabia Antígona, as escolhas alheias nos afetam mais do que gostaríamos.

Beijo no coração. Até 2009!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Balanço sobre o RodaViva - por Luís Nassif em seu blog

"Liguei agora a televisão na TV Cultura, no Roda Vida. É o que se esperava.

O blogueiro de Veja diz que o caso Andréa Michel (a repórter que escreveu sobre a Operação Satiagraha) não tinha pé nem cabeça. Se tivesse que alertar Daniel Dantas, muito mais lógico fazê-lo privadamente. Vale-se, na televisão, da lógica linear que o caracteriza.

Não vou entrar em teorias conspiratórias sobre a reportagem nem defendo a prisão da jornalista. Mas a reportagem serviu de álibi para que Dantas acionasse tribunais para romper o sigilo das investigações. Em São Paulo, todos os juízes de primeira instância foram questionados sobre a existência ou não do inquérito. Esse movimento só foi possível porque a notícia foi publicada. Portanto, a bola que o blogueiro levanta é falsa.

Depois, vem a história da tentativa de prisão de Andréa. Ora, é de conhecimento geral que o pedido foi negado pelo juiz De Sanctis. Assim como negou o pedido de busca e apreensão formulado pelo Ministério Público.

Mas Gilmar Mendes diz que soube – mas não tem certeza – de que De Sanctis só negou o pedido porque foi uma comitiva de policiais especiais para solicitar que não acatasse o pedido.

Gilmar não afirma, diz que é possível que.... Não tem vergonha de continuar recorrendo ao jogo de suposições e de insinuações.

O caso do grampo

Gilmar é questionado sobre o caso do grampo. Quando o tema esquenta, Márcio Chaer muda totalmente o assunto para o caso do ativismo do Judiciário.

Gilmar e os advogados

Pergunta objetiva de Eliana Cantanhede, mostrando que Gilmar se colocou contra a Polícia Federal, os juízes de primeira instância, procuradores, associações. Ficou só ele ao lado dos advogados. Seria sinal de que todo o sistema é comprometido e só ele certo?

Resposta de Gilmar: o papel do magistrado é ficar contra o que todos querem.

Eliana insiste: o senhor fica contra todos mas ao lado de advogados que ganham milhões para livrar seus clientes.

A resposta é que o STF libertou pessoas presas por furtar chinelos. Usou o princípio da irrelevância para comparar os dois casos.

Eliana insiste que ele quer fazer justiça mas está condenando toda justiça brasileira.

As perguntas

Lilian termina o programa se desculpando pelo fato de não terem sido feitas perguntas de telespectadores, mas garantindo que elas serão encaminhadas ao Ministro. Pergunto: para que?

Por willy 

Nassif,

Olhe isso aqui: clique aqui.

Por Xikito Affonso Ferreira

Vergonhosa, infame a associação feita por Reynaldo Azevedo entre os habeas-corpus dados por Gilmar Mendes a DD e a supressão do direito de HC estabelecida pelo AI-5.

Nos casos de 2008 tem até vídeo do oferecimento de propina à PF.

A ditadura suspendeu o direito de HC até de gente que apenas discordava em pensamento.

(...)

Nos últimos dias, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, tem sido alvo de uma impressionante onda de solidariedade: governadores, entidades empresariais, canais de televisão, uma louvação ampla e irrestrita.


Por diversas vezes assumiu atitudes corajosas contra atos arbitrários de juízes, procuradores e policiais. Por outro lado, expôs a imagem do STF com uma verborragia incompatível com o cargo.

***

O primeiro passo para entender esse fenômeno é situar corretamente a questão da repressão no país, dividindo-a em dois pontos.

O primeiro, são os abusos contra direitos individuais, a obsessão pela penalização, a perseguição a pessoas. Após a Constituição, o fortalecimento do Ministério Público deu margem, em uma primeira fase, a muitos abusos, acusações sem fundamento, armações.

O segundo, é o combate ao crime organizado, que nada tem a ver com o primeiro – embora eventualmente possa dar margem a abusos individuais. Esse combate exige articulação entre as diversas forças de repressão, trabalho de inteligência policial, tempo para investigar e colher provas. É o caso típico da Operação Satiagraha.

***

O que colocou Gilmar Mendes no centro da polêmica foi o fato de utilizar a bandeira relevante dos direitos individuais para comprometer uma operação que visava desmantelar um trabalho de quadrilha.

Sua atuação foi vergonhosamente parcial, a ponta de não se manifestar contra casos ostensivos de assassinatos de reputação (inclusive contra juízes), cometidos pelo esquema de Daniel Dantas, de ter emitido pré-julgamento em um episódio suspeito (o factóide do grampo telefônico, que a cada dia que passa mais parece uma armação), de ter investido contra juízes de primeira instância e, mesmo com todo apoio midiático, ter exposto o Supremo ao maior risco de imagem desde os tempos da ditadura.

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Então, qual a razão para tantos apoios?

Aí se entra na grande balbúrdia financista dos anos 90 – que narro em detalhes no meu livro “Os Cabeças de Planilha”. Nesse período, o Banco Central, Receita e CVM (Comissão de Valores Mobiliários) fecharam os olhos a um conjunto amplo de fraudes.

Permitiram o florescimento de um terreno pantanoso onde havia de tudo, do crime menor da sonegação fiscal das empresas (desviando recursos de atividades não-criminosas para não pagar tributos), até o dinheiro graúdo do crime organizado, narcotráfico, corrupção política, bingos, comércio de jogadores etc.

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Trailers desse jogo apareceram na CPI dos Precatórios, na CPI do Banestado e, mais recentemente, nos inquéritos abertos pela Polícia Federal. Agora, chegou a hora do acerto de contas com a Justiça. Há justificado receio de empresas e investidores de atividades não-criminosas, de que suas contravenções fiscais sejam confundidas com o crime organizado.

Gilmar Mendes navega nessas águas. Ganhou procuração desse pessoal para se tornar a última trincheira contra o seu enquadramento. E poderia até cumprir adequadamente sua missão, não fosse a circunstância de ser visto, por parcela expressiva da opinião pública, como um defensor de Daniel Dantas contra os rigores da lei.

Com isso, conseguiu comprometer duas bandeiras: a defesa dos direitos individuais e a defesa da imagem do Supremo."

sábado, 13 de dezembro de 2008

"Mas eis que chega a roda viva..."

BUEMBA, BUEMBA!!

Gilmar Mendes, o suprasumo do Supremo, será entrevistado no RodaViva desta segunda. Não percam!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A OUTRA FACE

"Não sei se vocês sabem que o jornal da Santa Sé L’Osservatore Romano informou que a Igreja Católica me perdoou por ter declarado que os Beatles eram mais populares do que Jesus Cristo. O artigo me absolve dizendo que “A declaração de John Lennon, que provocou tanta indignação nos Estados Unidos, depois de todos estes anos soa como uma bravata de um jovem proletário inglês às voltas com um sucesso inesperado”. O texto ainda saúda os 40 anos do álbum branco: “O fato é que 38 anos após o rompimento, as canções de John Lennon e Paul McCartney mostraram uma extraordinária resistência à passagem do tempo, tornando-se uma fonte de inspiração para mais de uma geração de músicos pop”, afirmou o jornal. Primeiro, quero dizer que estou preocupado com a repercussão negativa que isso pode ter sobre as vendas do álbum branco. As conseqüências podem ser piores do que as provocadas pela crise global. Mas o aspecto comercial não é o mais importante. O perdão me comoveu sinceramente. Vi que eu sou um cara de sorte. O Galileu Galilei, por exemplo, com todo o prestígio de um dos maiores cientistas da humanidade, teve que esperar mais de três séculos para ser absolvido pela Igreja Católica. Não imaginava que isso fosse possível – e olhe que eu já imaginei cada coisa difícil de acontecer. Fiz até uma canção sobre isso. Aliás, eu poderia dizer que essa canção é mais famosa que Ave-Maria, mas não vou dar essa declaração. Chega de polêmica. Bom, como ia dizendo, meu coração se encheu de alegria. Por instantes, pensei até que o sonho não tinha acabado. Tive instintos de fazer uma nova canção. Depois, refleti bem e entendi que o melhor era vir aqui e retribuir o gesto. Não sou candidato a santo, apesar de que muitos queiram me ver como tal. Mas creio que minha obrigação é ser ainda mais generoso do que foram comigo. Portanto, perdoarei mais que uma simples declaração. Perdoarei atos e conseqüências. Vamos à lista:

Eu perdôo as cruzadas. A inquisição. Perdôo por terem queimado vivo Giordano Bruno, por terem perseguido Galileu. Levo na boa o genocídio dos índios nas Américas. Perdôo pela omissão sobre os horrores do holocausto na II Guerra, mesmo tendo conhecimento sobre o mesmo.

Quanto ao encobrimento dos abusos dos padres pedófilos, contra a proibição dos casamentos entre homossexuais, contra os métodos contraceptivos (principalmente a camisinha) e suas conseqüências na geração desigualdade, pobreza e doenças e as músicas do Padre Marcelo, eu só me manifestarei quando o L’Osservatore Romano elogiar o Sargent Pepper."

A praga da democracia

"A democracia contamina tudo, estraga tudo. Por mim, poderia cortar a “cracia” de sua nomenclatura e ficaria só com “demo”. Mas agora ela foi longe demais. A democracia está por acabar com a maior potência do mundo. Talvez o que eu não tenha conseguido na II Guerra, o povo americano alcance pelo voto."

Hitler